domingo, 8 de maio de 2011

GUERRAS MÉDICAS


Chamam-se Guerras Médicas os conflitos bélicos entre os antigos gregos e o Império Persa durante o século V a.C..
As Guerras Médicas ocorreram entre os povos gregos e os persas, pela disputa sobre a Jônia, quando as colônias gregas da região, principalmente Mileto, tentaram livrar-se do domínio persa.
Esta região da Jônia era colonizada pela Grécia, mas durante a expansão persa em direção ao Ocidente, este poderoso império conquistou estas diversas colônias gregas da Ásia Menor, entre elas Mileto. As colônias lideradas por Mileto e contando com a ajuda de Atenas, tentaram sem sucesso libertar-se do domínio persa, promovendo uma revolta.
Estas revoltas levaram o imperador persa Dario I a lançar seu poderoso exército sobre a Grécia continental, dando início às Guerras Médicas. O que estava em jogo era o controle marítimo-comercial na região.


A Primeira Guerra Médica

Após o duro golpe dado às cidades jônicas, Dario I decidiu castigar aqueles que haviam auxiliado os rebeldes.
Em Atenas, alguns homens já viam os sinais do iminente perigo. O primeiro deles foi Temístocles, eleito arconte em 493 a.C. Temístocles acreditava que em Hélade não teria salvação em caso de um ataque persa, se Atenas não desenvolvesse antes uma poderosa marinha.
Dessa forma, fortificou o porto de Pireu, convertendo-o em uma poderosa base naval, mas logo surgiria um rival político que impediria o resto de suas reformas. Era Milcíades, membro de uma grande família ateniense das costas da Ásia Menor. Opunha-se a Temístocles, porque considerava que os gregos deviam defender-se primeiro por terra, acreditando na supremacia das largas lanças gregas contra os arqueiros persas. Os atenienses decidiram por em suas mãos a situação, enfrentando assim a invasão persa.
A frota persa chegou por mar no verão de 490 a.C., dirigidos por Artafernes, conquistando as ilhas Cíclades e posteriormente Eubeia, como represália por sua intervenção na revolta jônica. Posteriormente, o exército persa, comandado por Datis, desembarcou na costa oriental da Ática, em Maratona, lugar recomendado por Hípias (anterior tirano de Atenas) por ser considerado o melhor lugar.

Batalha de Maratona

A batalha de Maratona ocorreu durante a Primeira Guerra Médica, em setembro de 490 a.C., numa planície a leste de Atenas.
Milcíades, avisado do desembarque persa, incumbiu os atenienses a fazerem frente. Enviaram Fidípides a Esparta para solicitar ajuda, correndo 220 quilômetros em menos de um dia a pé. Os espartanos prometeram enviar ajuda, mas argumentaram que, por razões religiosas (já que se encontravam no nono dia do mês lunar), não poderiam fazê-lo antes de seis dias. Milcíades não podia esperar tanto tempo, e se lançou ao ataque contra os persas com os efetivos que dispunha.
O número de atenienses flutuava provavelmente entre dez e quinze mil combatentes. Os gregos cercaram os persas, que responderam com uma chuva de flechas, levando os gregos a precipitarem contra o inimigo, e forçando a disposição em formações fechadas, impedindo o uso da cavalaria.
Esta ação foi determinante, pois os persas não podiam fazer muito contra as largas lanças das forças gregas preparadas para um combate corpo a corpo, já que seus arcos não os serviam, e as espadas, punhais e espadas curtas não podiam fazer grande dano aos gregos protegidos com couraça. Os persas ofereceram grande resistência, conseguindo romper em um momento o cerco grego, mas logo foi reagrupado, e estes os fizeram recuar até o local do desembarque, onde se deu a última parte do combate.
Os atenienses capturaram sete barcos, mas eram insuficientes para impedir a retirada do exército inimigo, que foi totalmente massacrado. Do lado persa houve cerca de 6000 baixas, e pelos atenienses morreram 192 hoplitas. As tropas persas, derrotadas, regressaram à Ásia, mas isto não significava que o problema estava solucionado entre persas e gregos, pois logo ocorreria uma nova guerra.
Fidípides, segundo conta a lenda, foi mandado por Milcíades a correr os 42 quilômetros que separavam a Maratona de Atenas para anunciar a vitória grega. Após anunciá-la com a frase "Alegrai-vos, atenienses, nós vencemos!", caiu morto devido ao esforço.

A Segunda Guerra Médica

Em 481 a.C., os representantes de diferentes polis, liderados por Atenas e Esparta, firmaram um pacto militar para protegerem-se de um possível ataque do Império Persa. Segundo este pacto, em caso de invasão, corresponderia a Esparta a tarefa de comandar o exército helênico, em uma trégua geral, que inclusive propiciou o retorno de alguns exilados.
Após a morte de Dario I, seu filho Xerxes I subiu ao poder na Pérsia este havia enviado à Grécia embaixadores a todas as cidades para pedir-lhes terra e água, símbolos de submissão. Muitas ilhas e cidades aceitaram, mas Atenas e Esparta não. Conta-se que os espartanos responderam aos embaixadores "Terão toda a terra e água que quiserem" e os jogaram em um poço.

As Termópilas

O poderoso exército de Xerxes I, estimado em uns sessenta a setenta mil homens e melhor equipados que os anteriores partiu em 480 a.C.  Cruzaram o Helesponto e seguindo a rota da costa entraram na península. As tropas helênicas, que conheciam estes movimentos, decidiram detê-los ao máximo no desfiladeiro das Termópilas (que significa Portas Quentes).
Neste lugar, o rei espartano Leônidas colocou cerca de trezentos soldados espartanos e mais mil de outras regiões. Após cinco dias de espera e vendo que sua superioridade numérica não intimidava o inimigo, os persas atacaram.
Naquele desfiladeiro tão estreito os persas não podiam usar sua famosa cavalaria, e sua superioridade numérica estava bloqueada, visto que suas lanças eram mais curtas que as gregas. O estreito fazia com que o combate fosse com similaridade numérica de combatentes, e não lhes coube senão regressar depois de dois dias de batalha.
Mas ocorreu que os gregos foram traídos por Efíaltes, que conduziu Xerxes através dos bosques para chegar pela retaguarda à saída das Termópilas. A proteção do caminho havia sido encomendada a mil foceus, que tinham excelentes posições defensivas, mas se acovardaram ante o avanço persa e fugiram. Ao saber da notícia, alguns gregos viram o inútil de sua situação e para evitar uma matança, Leônidas decidiu então deixar partir quem quisesse, ficando ele e seus espartanos firmes em seus postos.
Atacados, os espartanos sucumbiram depois de derramar muito sangue persa. Posteriormente se levantaria nesse lugar a inscrição: "Viajante, vê e diz a Esparta que morremos por cumprir com suas sagradas leis".

Batalha de Platéia

A Batalha de Platéia foi o último combate das Guerras Médicas no sul da Grécia. Foi travada na planície de Platéia, na arenosa região da Beócia, em 27 de agosto de 479 a.C., entre uma aliança de cidades-Estado gregas que incluía Esparta, Atenas, Corinto e Mégara, de um lado, e, de outro, o Império Persa.
Os gregos haviam reunido uma força nunca antes vista naquelas paragens, mas ainda assim inferior às tropas persas comandadas por Mardônio. Por 12 dias, os exércitos apenas se mediram à distância. A batalha começou quando os gregos resolveram fingir um recuo. A ideia era dar tempo para tropas de várias cidades se agruparem. Entusiasmados, os persas cruzaram o rio que os separava dos gregos e atacaram. Quando Mardônio conduziu sua cavalaria pelo vale, já lhe estava reservada a derrota, pois a ele opunha-se a mais formidável infantaria da Grécia. Cercado por 1.000 guerreiros, o general persa Mardônio acabou tendo o crânio esmagado por uma pedra lançada por Aimnesto. Como conseqüência do enfrentamento, os persas foram rechaçados da Grécia.
O resultado da batalha foi altamente favorável para os gregos: segundo Heródoto, somente 43.000 dos 300.000 persas sobreviveram, com apenas 159 mortos entre os gregos (estes dados são contestados por alguns historiadores).

Batalha de Mícale

A Batalha de Mícale foi uma das duas grandes batalhas que terminaram com a invasão persa na Grécia Antiga, durante as Guerras Médicas. A batalha aconteceu aproximadamente em 27 de agosto de 479 a.C. aos pés do monte Mícale, na Jônia, perto da Ilha de Samos. A batalha resultou na destruição de uma das principais forças persas na Jônia, bem como de sua frota no Mediterrâneo. A Batalha de Platéia, no mesmo dia, na Grécia, foi também uma vitória para os gregos, e os persas tiveram de se retirar dos dois locais, acabando com sua dominação. A batalha tornou-se famosa a partir dos escritos de Heródoto.

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