quinta-feira, 19 de maio de 2011

MACEDÔNIA X PÉRSIA


O futuro das Cidades-Estados estava nas mãos de Filipe. Ele decidiu criar a "Comunidade Grega", na qual os estados jurariam manter a paz entre si, manter as constituições existentes, permitir mudanças apenas por métodos constitucionais e unir-se na ação contra qualquer violador da "Paz Comum", fosse interno ou externo. Sua proposta, feita no outono de 338 a.C., foi aceita pelos estados na primavera de 337 a.C. e um "Conselho Comum" foi estabelecido, cujos membros representavam um ou mais estados na proporção de sua força militar e naval. O Conselho era um corpo soberano: suas decisões eram enviadas aos Estados para a implementação, não para discussão. As forças militares e as forças navais à disposição do Conselho Comum eram definidas: as primeiras elevavam-se a 15 mil cavaleiros e 200 mil soldados de infantaria, e o número de navios de guerra de 160 trirremes, tripulados por cerca de 30 mil homens. Assim, a Comunidade Grega sobrepujou em muito o Estado Macedônico no tamanho das forças que podia empregar. O Conselho tinha poderes disciplinares, judiciais e financeiros e era soberano sobre os estados membros.
O passo seguinte foi a criação de uma aliança ofensiva e defensiva entre a Comunidade Grega e o Estado Macedônico para todos os tempos. Como a Macedônia já estava em guerra com a Pérsia, o Conselho declarou guerra à Pérsia no final de 337 a.C. e elegeu Filipe como comandante das forças unidas. Dentro da Comunidade seus poderes eram cuidadosamente definidos.
Na primavera de 336 a.C., a vanguarda das forças unidas partiu para a Ásia sob o comando de três generais macedônicos indicados por Filipe. Fizeram-se arranjos para que as forças estipuladas da coalizão seguissem no outono, tendo Filipe como comandante-geral.
Ele fez com que nascesse a combinação de um Estado Grego recém-criado, auto-sustentado e autogovernado, e o Estado Macedônico, que era inigualado em poder militar. Se essa combinação tivesse sucesso em libertar as cidades gregas na Ásia e conquistar território extenso, seria uma cura para muitos dos problemas do mundo grego.
Alexandre, que atingira a maioridade um pouco antes de seu comando na Batalha de Queroneia, estava plenamente consciente dos planos de Filipe e da oposição a eles; tinha a confiança de seu pai, sendo seu provável sucessor. O objetivo de Filipe na Ásia foi revelado quando ele perguntou à sacerdotisa Pítia, em Delfos, se "conquistaria o rei dos persas", enquanto a Comunidade Grega pretendia libertar os gregos na Ásia e punir a Pérsia pelos erros do passado, Filipe tinha a intenção de levar a guerra até sua conclusão lógica, a derrota da Pérsia. Dentro da Macedônia, sem dúvida havia alguma dissensão, em consequência não apenas da tensão de ter guerra sobre guerra, mas também do medo de derrota no além-mar e de levantes na Europa. Não era segredo que muitos políticos nas Cidades-Estados se opunham ao próprio conceito de uma Comunidade Grega, que era a seus olhos, uma violação da independência da Cidade-Estado, e que viam o Conselho Anfíctiônico e o Conselho Comum como órgãos da dominação macedônica na Grécia.
Na batalha, o rei lutava como comandante da sua Guarda de Cavalaria ou da sua Guarda de Infantaria. Filipe foi ferido sete vezes em ação e deveu sua sobrevivência tanto à coragem de seus Guarda-Costas e Pajens quanto à sua força física e sua armadura defensiva.
Logo após assumir o trono, Alexandre reiniciou a campanha contra a Pérsia. Em 335, convocou a Liga de Corinto e convenceu seus membros a elegê-lo comandante numa guerra de retaliação contra a Pérsia, como seu pai havia feito dois anos antes. Com exceção de Esparta, todas as grandes cidades-estado gregas ficaram ao seu lado.
A Pérsia havia desempenhado um importante papel na Guerra do Peloponeso, entre Atenas e Esparta nas três últimas décadas do século V a.C.. Após isso, um tratado assinado em 386 a.C. estabeleceu que as cidades gregas na Ásia Menor continuariam sob domínio persa. Porém no século IV a.C. alguns dos mais poderosos oradores gregos continuavam a clamar pela "libertação dos gregos da Ásia Menor". A Macedônia não era signatária do tratado de 386 a.C. e sua intenção de libertar os gregos da Ásia Menor do domínio persa atraiu a boa vontade da Liga de Corinto, mesmo com os temores das várias cidades-estado em relação ao domínio macedônio.
Após combater a revolta da cidade de Tebas, Alexandre empenhou-se na campanha contra a Pérsia que o levaria numa viagem até os confins da Índia e, apesar de ter criado um império e nunca ter sido derrotado em combate, morreria sem rever sua terra.



MACEDÔNIA X GRÉCIA


O objetivo de Filipe era promover a concórdia das Cidades-Estados e estabelecer um Tratado da Paz Comum, do qual a Macedônia e elas seriam membros. Isso estava de acordo com o espírito das propostas. Filipe foi aconselhado a promover a concórdia nas Cidades-Estados, liderá-las contra a Pérsia, libertar os gregos na Ásia e encontrar ali novas cidades para absorver a população excessiva do Continente Grego. Apesar das ofertas de Filipe para estabelecer uma Paz Comum, Atenas, Esparta e Tebas traçaram os próprios rumos em nome da "Liberdade"; Filipe percebeu, em 341 a.C., que teria de usar a força.
Filipe sitiou Perinto e Bizâncio, enquanto Atenas declarava guerra. Ele foi rechaçado pela Pérsia e Atenas agindo em conluio. Chamou Alexandre para juntar-se a ele, invadiu a Dobruja, derrotou ali um rei cita e estendeu seu controle da Trácia oriental até o Danúbio. Durante sua volta à Macedônia, no verão de 339 a.C., teve de abrir caminho através da terra dos tribalos, uma poderosa tribo que capturou uma parte de seu butim. Tebas que, embora fosse sua "amiga e aliada", vinha se comportando de maneira hostil, e para agir contra Atenas, com a qual ainda estava em guerra. Os enviados que mandou a Tebas foram sobrepujados pelos enviados de Atenas. Violando seu tratado, Tebas uniu-se a Atenas e ficou do lado de Anfissa. Filipe tentou mais de uma vez negociar termos de paz, mas em vão.
A batalha decisiva foi travada em Queronéia, na Beócia, em agosto de 338 a.C.  As tropas da Beócia, Atenas, Megara, Corinto e Aquéia somavam cerca de 35 mil homens; as da Macedônia e suas aliadas, um pouco menos.
Alexandre, no comando da cavalaria acompanhante, armou sua tenda ao lado do Rio Cefisso. Quando as táticas de seu pai abriram uma brecha na falange oposta, Alexandre atacou por essa brecha e liderou o ataque sobre o Batalhão Sagrado de 300 tebanos. A vitória macedônica foi total. Tebas foi tratada com severidade, como violadora de juramento. Atenas foi tratada com generosidade. Alexandre encabeçou uma guarda de honra que levou as cinzas dos atenienses mortos a Atenas — um tributo único para um inimigo derrotado e os mais de dois mil prisioneiros atenienses foram libertados sem resgate. Conforme Filipe avançava pelo Peloponeso, seus inimigos rendiam-se e seus aliados regozijavam-se. Apenas Esparta era hostil. Ele devastou o território dela e deu algumas regiões fronteiriças a seus aliados, mas não atacou a cidade. Durante seu retorno para o norte, deixou guarnições em Acrocorinto, Tebas e Ambrácia. Nesse meio tempo, o Conselho da Liga Anfictiônica reduziu as restrições sobre os fócios, fez com que os anfisseanos vivessem em aldeias e aprovou os atos de Filipe.

MACEDÔNIA


A grande estratégia do Império Macedônio era a utilização de sua falange constituida por soldados uniformemente dispostos e armados com Sarissas (lanças) de 4 a 5 metros, extremamente afiadas e com contrapesos que permitiam maior maneabilidade das mesmas



GUERRA DO PELOPONESO


INTRODUÇÃO

As relações entre Atenas e Esparta eram tensas, ainda que formalmente amigáveis durante as Guerras Médicas, aumentando gradualmente a partir de 450 a.C., com lutas freqüentes e tréguas cíclicas, tudo pela disputa da hegemonia grega.
Atenas, dominando politicamente a Liga de Delos, controlava o comércio marítimo com a sua poderosa frota, desfrutando igualmente de uma boa situação financeira.
Esparta, por seu lado, assentava a sua estratégia política num exército imbatível e bem treinado, respondendo à Liga de Delos com uma confederação de cidades, a Liga do Peloponeso, que reunia, além da importante cidade marítima de Corinto, as cidades do Peloponeso e da Grécia central. No ano de 445 a.C., ainda se chegou a um acordo de paz que deveria durar trinta anos. Todavia, as alianças estavam feitas, e aí residia o detonador da guerra.

PRIMEIRO PERÍODO 

Corcira, colônia de Corinto, ponte natural entre a Grécia e o Ocidente, queria celebrar com Atenas uma aliança, que daria condições de dominar o comércio com o Ocidente. Corinto era aliada de Esparta, o que implicava que Córcira alinhasse nessa aliança.

As cidades de Esparta, Corinto, Tebas e Mégara aliaram-se contra Atenas e seus aliados. Na primavera de 431 a.C. Tebas, aliada de Esparta na Grécia Central, atacou Platéia, antiga aliada de Atenas, dando início à Guerra do Peloponeso, que durou 27 anos e envolveu quase todas as cidades-estados gregas, provocando o enfraquecimento da Grécia.
Esparta invadiu a Ática com seus aliados em 431 a.C. Péricles, avaliando corretamente a superioridade do exército terrestre de Esparta, convenceu os atenienses a refugiar a população do território da polis ateniense dentro das longas muralhas que ligavam Atenas a seu porto, o Pireu, e a evitar uma batalha em terra com o superior exército espartano. Atenas confiava em sua frota de trirremes para invadir o Peloponeso e proteger seu império e suas rotas comerciais, mas foi gravemente surpreendida pela deflagração de uma epidemia - conhecida como Peste do Egito - em 430 a.C., que matou cerca de um terço da população da superpopulosa Atenas, inclusive Péricles. Isso afetou o moral dos aliados de Atenas e provocou uma frustrada rebelião da ilha de Lesbos.
O resultado das lutas foi variável nos anos seguintes. Na batalha de Anfípolis, no ano 422 a.C., morreram os chefes dos dois exércitos inimigos, o ateniense Cléon e o espartano Brásidas. A guerra estava equilibrada e as cidades desgastadas. Por isso, esse primeiro período foi encerrado em 421 a.C. pelo Tratado de Nícias, que garantia a paz durante cinqüenta anos. Aproveitando-se disso, as cidades aliadas a Atenas procuraram se libertar de sua opressão, ameaçando todo o sistema democrático que se apoiava na cobrança de tributos.

SEGUNDO PERÍODO

O segundo período foi de 415 a 413 a.C. A trégua, que deveria se prolongar durante cinqüenta anos durou somente seis. Alcibíades liderou um movimento de oposição a Esparta no Peloponeso; suas esperanças esvaneceram-se com a vitória de Esparta em Mantinéia, em 418 a.C. A saída para a crise do sistema democrático era uma grande vitória militar contra a Liga do Peloponeso. Assim, em 415 a.C. foi preparada uma grande e poderosa esquadra, comandada por Alcibíades, para atacar a cidade siciliana de Siracusa e outras regiões da península Itálica, colônias de onde provinham os alimentos para Esparta e seus aliados. Alcibíades, principal defensor da expedição à Sicília (415-413 a.C.) foi acusado de impiedoso por seus adversários políticos em Atenas. Alcibíades, então, fugiu para Esparta e traiu os atenienses.
Esparta enviou então um poderoso exército para a Sicília, o que resultou num completo desastre para Atenas. A frota e o exército atenienses foram desbaratados pelas forças espartanas diante de Siracusa.
Na cidade de Atenas, tomou o poder um grupo oligárquico partidário da paz. Mas a sublevação da armada de guerra, desejosa de reiniciar o conflito, forçou o restabelecimento da democracia e, com ela, a continuação da guerra.
Na invasão de Siracusa pelas forças atenienses, não foi um exército espartano que iniciou a derrocada da frota, mas sim, apenas um general, Gilippo, pois os espartanos não tinham força naval suficientes para transportar um exército para o além-mar de Siracusa. Portanto, a tática espartana não foi enviar forças armadas para seus aliados, mas enviar um exemplo de coragem e habilidade bélica. O general Gilippo treinou e disciplinou a grandiosa força siracusana e graças às estratégias dignas de uma mente militar brilhante, foi possível expulsar os atenienses e encurralá-los, sem suprimentos e com a frota avariada, no litoral.

TERCEIRO PERÍODO

O terceiro período começou em 412 a.C.; a fortificação de Decélia, na Ática, pelos espartanos, e revoltas generalizadas entre seus aliados pressionaram Atenas, que havia perdido grande parte de sua frota na Sicília e estava falida e atormentada por convulsões políticas. Apesar disso e graças, em grande parte, a Alcibíades, nomeado estrategista das forças atenienses, a sorte de Atenas ressurgiu, com vitórias navais em Cinosema (411 a.C.) e Cícico (410 a.C.), e com a reconquista de Bizâncio (408 a.C.).
Houve mais uma vitória em Arginuse, em 406 a.C.  Os espartanos aliaram-se aos Persas em troca do financiamento de uma frota de navios para invadir Atenas, deixando, assim, o caminho livre para que eles conquistassem as colônias gregas da Jônia. A partir de então, os espartanos, ajudados pelo ouro dos persas e pelas habilidades estratégicas e táticas do espartano Lisandro alteraram a balança. A tomada de Lâmpsaco, o triunfo na Batalha de Egospótamos (405 a.C.) e o controle do Helesponto pelos espartanos subjugaram Atenas, pela fome. Esparta venceu a Guerra do Peloponeso após a rendição de Atenas em abril de 404 a.C.  As condições de paz foram desastrosas para a cidade de Atenas, enquanto Esparta se convertia no centro hegemônico da Grécia.
Seguiu-se imediatamente um golpe oligárquico em Atenas, apoiado por Esparta. A oligarquia, com o apoio das tropas espartanas, tomou o poder dos democratas. Esse governo ficou conhecido como Tirania dos Trinta, porque era formado por trinta oligarcas. A Tirania dos Trinta dissolveu a Confederação de Delos e entregou o resto da frota Ateniense a Esparta. A democracia foi restabelecida em 403 a.C..

CONSEQUÊNCIAS

O declínio de Atenas marcou a ascensão de Esparta e desfez a única via possível para a unificação política do mundo grego, afetada rudemente com a devolução aos Persas das cidades da Ásia Menor em troca do seu ouro. A substituição do império ateniense, baseado no projeto de Delos, por outro, militarizado, como o de Esparta, não trouxe grandes alterações ou momentos de grandeza helênica. Ao contrário, iniciou-se o apagar do "fogo grego".

domingo, 8 de maio de 2011

GUERRAS MÉDICAS


Chamam-se Guerras Médicas os conflitos bélicos entre os antigos gregos e o Império Persa durante o século V a.C..
As Guerras Médicas ocorreram entre os povos gregos e os persas, pela disputa sobre a Jônia, quando as colônias gregas da região, principalmente Mileto, tentaram livrar-se do domínio persa.
Esta região da Jônia era colonizada pela Grécia, mas durante a expansão persa em direção ao Ocidente, este poderoso império conquistou estas diversas colônias gregas da Ásia Menor, entre elas Mileto. As colônias lideradas por Mileto e contando com a ajuda de Atenas, tentaram sem sucesso libertar-se do domínio persa, promovendo uma revolta.
Estas revoltas levaram o imperador persa Dario I a lançar seu poderoso exército sobre a Grécia continental, dando início às Guerras Médicas. O que estava em jogo era o controle marítimo-comercial na região.


A Primeira Guerra Médica

Após o duro golpe dado às cidades jônicas, Dario I decidiu castigar aqueles que haviam auxiliado os rebeldes.
Em Atenas, alguns homens já viam os sinais do iminente perigo. O primeiro deles foi Temístocles, eleito arconte em 493 a.C. Temístocles acreditava que em Hélade não teria salvação em caso de um ataque persa, se Atenas não desenvolvesse antes uma poderosa marinha.
Dessa forma, fortificou o porto de Pireu, convertendo-o em uma poderosa base naval, mas logo surgiria um rival político que impediria o resto de suas reformas. Era Milcíades, membro de uma grande família ateniense das costas da Ásia Menor. Opunha-se a Temístocles, porque considerava que os gregos deviam defender-se primeiro por terra, acreditando na supremacia das largas lanças gregas contra os arqueiros persas. Os atenienses decidiram por em suas mãos a situação, enfrentando assim a invasão persa.
A frota persa chegou por mar no verão de 490 a.C., dirigidos por Artafernes, conquistando as ilhas Cíclades e posteriormente Eubeia, como represália por sua intervenção na revolta jônica. Posteriormente, o exército persa, comandado por Datis, desembarcou na costa oriental da Ática, em Maratona, lugar recomendado por Hípias (anterior tirano de Atenas) por ser considerado o melhor lugar.

Batalha de Maratona

A batalha de Maratona ocorreu durante a Primeira Guerra Médica, em setembro de 490 a.C., numa planície a leste de Atenas.
Milcíades, avisado do desembarque persa, incumbiu os atenienses a fazerem frente. Enviaram Fidípides a Esparta para solicitar ajuda, correndo 220 quilômetros em menos de um dia a pé. Os espartanos prometeram enviar ajuda, mas argumentaram que, por razões religiosas (já que se encontravam no nono dia do mês lunar), não poderiam fazê-lo antes de seis dias. Milcíades não podia esperar tanto tempo, e se lançou ao ataque contra os persas com os efetivos que dispunha.
O número de atenienses flutuava provavelmente entre dez e quinze mil combatentes. Os gregos cercaram os persas, que responderam com uma chuva de flechas, levando os gregos a precipitarem contra o inimigo, e forçando a disposição em formações fechadas, impedindo o uso da cavalaria.
Esta ação foi determinante, pois os persas não podiam fazer muito contra as largas lanças das forças gregas preparadas para um combate corpo a corpo, já que seus arcos não os serviam, e as espadas, punhais e espadas curtas não podiam fazer grande dano aos gregos protegidos com couraça. Os persas ofereceram grande resistência, conseguindo romper em um momento o cerco grego, mas logo foi reagrupado, e estes os fizeram recuar até o local do desembarque, onde se deu a última parte do combate.
Os atenienses capturaram sete barcos, mas eram insuficientes para impedir a retirada do exército inimigo, que foi totalmente massacrado. Do lado persa houve cerca de 6000 baixas, e pelos atenienses morreram 192 hoplitas. As tropas persas, derrotadas, regressaram à Ásia, mas isto não significava que o problema estava solucionado entre persas e gregos, pois logo ocorreria uma nova guerra.
Fidípides, segundo conta a lenda, foi mandado por Milcíades a correr os 42 quilômetros que separavam a Maratona de Atenas para anunciar a vitória grega. Após anunciá-la com a frase "Alegrai-vos, atenienses, nós vencemos!", caiu morto devido ao esforço.

A Segunda Guerra Médica

Em 481 a.C., os representantes de diferentes polis, liderados por Atenas e Esparta, firmaram um pacto militar para protegerem-se de um possível ataque do Império Persa. Segundo este pacto, em caso de invasão, corresponderia a Esparta a tarefa de comandar o exército helênico, em uma trégua geral, que inclusive propiciou o retorno de alguns exilados.
Após a morte de Dario I, seu filho Xerxes I subiu ao poder na Pérsia este havia enviado à Grécia embaixadores a todas as cidades para pedir-lhes terra e água, símbolos de submissão. Muitas ilhas e cidades aceitaram, mas Atenas e Esparta não. Conta-se que os espartanos responderam aos embaixadores "Terão toda a terra e água que quiserem" e os jogaram em um poço.

As Termópilas

O poderoso exército de Xerxes I, estimado em uns sessenta a setenta mil homens e melhor equipados que os anteriores partiu em 480 a.C.  Cruzaram o Helesponto e seguindo a rota da costa entraram na península. As tropas helênicas, que conheciam estes movimentos, decidiram detê-los ao máximo no desfiladeiro das Termópilas (que significa Portas Quentes).
Neste lugar, o rei espartano Leônidas colocou cerca de trezentos soldados espartanos e mais mil de outras regiões. Após cinco dias de espera e vendo que sua superioridade numérica não intimidava o inimigo, os persas atacaram.
Naquele desfiladeiro tão estreito os persas não podiam usar sua famosa cavalaria, e sua superioridade numérica estava bloqueada, visto que suas lanças eram mais curtas que as gregas. O estreito fazia com que o combate fosse com similaridade numérica de combatentes, e não lhes coube senão regressar depois de dois dias de batalha.
Mas ocorreu que os gregos foram traídos por Efíaltes, que conduziu Xerxes através dos bosques para chegar pela retaguarda à saída das Termópilas. A proteção do caminho havia sido encomendada a mil foceus, que tinham excelentes posições defensivas, mas se acovardaram ante o avanço persa e fugiram. Ao saber da notícia, alguns gregos viram o inútil de sua situação e para evitar uma matança, Leônidas decidiu então deixar partir quem quisesse, ficando ele e seus espartanos firmes em seus postos.
Atacados, os espartanos sucumbiram depois de derramar muito sangue persa. Posteriormente se levantaria nesse lugar a inscrição: "Viajante, vê e diz a Esparta que morremos por cumprir com suas sagradas leis".

Batalha de Platéia

A Batalha de Platéia foi o último combate das Guerras Médicas no sul da Grécia. Foi travada na planície de Platéia, na arenosa região da Beócia, em 27 de agosto de 479 a.C., entre uma aliança de cidades-Estado gregas que incluía Esparta, Atenas, Corinto e Mégara, de um lado, e, de outro, o Império Persa.
Os gregos haviam reunido uma força nunca antes vista naquelas paragens, mas ainda assim inferior às tropas persas comandadas por Mardônio. Por 12 dias, os exércitos apenas se mediram à distância. A batalha começou quando os gregos resolveram fingir um recuo. A ideia era dar tempo para tropas de várias cidades se agruparem. Entusiasmados, os persas cruzaram o rio que os separava dos gregos e atacaram. Quando Mardônio conduziu sua cavalaria pelo vale, já lhe estava reservada a derrota, pois a ele opunha-se a mais formidável infantaria da Grécia. Cercado por 1.000 guerreiros, o general persa Mardônio acabou tendo o crânio esmagado por uma pedra lançada por Aimnesto. Como conseqüência do enfrentamento, os persas foram rechaçados da Grécia.
O resultado da batalha foi altamente favorável para os gregos: segundo Heródoto, somente 43.000 dos 300.000 persas sobreviveram, com apenas 159 mortos entre os gregos (estes dados são contestados por alguns historiadores).

Batalha de Mícale

A Batalha de Mícale foi uma das duas grandes batalhas que terminaram com a invasão persa na Grécia Antiga, durante as Guerras Médicas. A batalha aconteceu aproximadamente em 27 de agosto de 479 a.C. aos pés do monte Mícale, na Jônia, perto da Ilha de Samos. A batalha resultou na destruição de uma das principais forças persas na Jônia, bem como de sua frota no Mediterrâneo. A Batalha de Platéia, no mesmo dia, na Grécia, foi também uma vitória para os gregos, e os persas tiveram de se retirar dos dois locais, acabando com sua dominação. A batalha tornou-se famosa a partir dos escritos de Heródoto.